Ministro do Turismo, Celso Sabino decide permanecer no Governo Lula após pressões do União Brasil

Ministro do Turismo, Celso Sabino decide permanecer no Governo Lula após pressões do União Brasil

Ministro do Turismo, Celso Sabino decide permanecer no Governo Lula após pressões do União Brasil

Ministro do Turismo, Celso Sabino decide permanecer no Governo Lula após pressões do União Brasil

Ministro do União Brasil peita partido e pressões de Caiado para permanecer no governo Lula

Celso Sabino desafia o comando do União, aposta em Lula e se torna pedra no sapato da candidatura presidencial de Ronaldo Caiado

8 de outubro de 2025 às 22:04

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Política

O ministro do Turismo, Celso Sabino, resolveu esticar a corda com o próprio partido e com o governador Ronaldo Caiado, pré-candidato à Presidência pelo União Brasil. Suspenso por 60 dias e alvo de um processo de expulsão, o paraense desafiou a orientação do União de deixar o governo Lula e cravou que seguirá “ao lado do presidente por entender que é a melhor opção para o país”.

Na prática, Sabino virou uma anomalia política: um ministro de Lula dentro de um partido que ensaia liderar a oposição. E faz isso sem baixar o tom. O relator do caso, deputado Fábio Schiochet (União-SC), considerou a expulsão uma medida drástica e optou pela suspensão temporária. O voto soou como um freio de arrumação, uma tentativa de ganhar tempo enquanto o partido decide se rompe de vez com o Planalto.

A punição tira de Sabino o comando do diretório do Pará e o direito de votar nas decisões nacionais. Na hierarquia do União, ele era um dos 22 dirigentes com poder de voz, privilégio que agora perde. Mas o ministro calcula que a caneta de Lula e o orçamento do Turismo ainda rendem mais que uma cadeira no diretório.

Embate com Caiado

O atrito entre Sabino e Caiado ganhou contornos pessoais. O governador, que busca consolidar seu nome para 2026, classificou a postura do ministro como imoral e indefensável. Sabino não titubeou: disse que só comentaria as críticas “quando Caiado chegasse a 1,5% nas pesquisas”. A troca de farpas expôs a rachadura entre as alas governista e oposicionista do União.

A origem da crise remonta a 19 de setembro, quando o partido decidiu desembarcar do governo e formar uma federação com o Progressistas, sonhando com a maior bancada do Congresso. A ideia era simples: unir forças e marcar posição contra o lulismo. O problema é que, enquanto os caciques discursavam em Brasília, o ministro seguia distribuindo emendas e posando para fotos ao lado do presidente.

Caiado interpretou o gesto como afronta. Sabino, como pragmatismo.

O cálculo de Sabino

Nos bastidores, o ministro joga com o tempo. Pediu 60 dias de prazo para apresentar sua defesa e, com isso, garante presença na COP30, evento de escala global que ocorrerá em Belém, seu reduto eleitoral. A aposta é que, ao lado de Lula, possa colher dividendos políticos para se lançar ao Senado em 2026.

Para acalmar a direção nacional, Sabino aceitou a intervenção nos diretórios municipais do Pará. É uma concessão que lhe custa aliados, mas preserva o que mais importa: o cargo e a visibilidade. No xadrez político, prefere continuar ministro de Lula a ser ex-dirigente do União.

Enquanto isso, o partido se divide entre os que veem o gesto como traição e os que enxergam oportunismo em quem tenta expulsá-lo. O presidente do União, Antônio Rueda, enfrenta uma crise própria. Foi citado em investigação sobre o PCC e tenta manter autoridade sobre uma legenda que flerta com o caos.

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Domingos Ketelbey

É repórter, colunista e apresentador. Conecta os bastidores do poder, cultura e cotidiano na cobertura jornalística

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