Pellozo detalha relação com Vanderlan e reafirma entregas em Senador Canedo
Prefeito fala sobre relação com Vanderlan, apoios ao Senado, crise hídrica, sucessão em 2028 e possível candidatura de Simone Assis
19 de novembro de 2025 às 12:55
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Política
O prefeito de Senador Canedo, Fernando Pellozo (UB), aproveitou sua participação no Mais Goiás Entrevista, apresentado pelo jornalista Domingos Ketelbey, colunista de política do portal Mais Goiás e editor do Blog do DK, para abrir a caixa-preta das relações políticas que atravessam sua gestão. Falou com naturalidade sobre o distanciamento de Vanderlan Cardoso, sobre o alinhamento com o grupo de Ronaldo Caiado e Daniel Vilela, sobre a crítica aos prefeitos que vivem de vídeos e sobre os bastidores de 2026 e 2028. Talvez tenha sido a conversa mais franca que ele deu desde o início do segundo mandato.
A relação com Vanderlan foi tratada com franqueza incomum. Pellozo reconheceu o apoio recebido na campanha de 2020, mas afirmou que hoje está em outro campo político. “Meu contrato está fechado com Caiado e Daniel. Eles foram fundamentais para minha reeleição”, declarou. Sobre apoiar Vanderlan ao Senado, foi objetivo: “Só se ele voltar para o grupo.” Em seguida, deixou claro quem tem sua preferência em 2026. “Os meus candidatos são a dona Gracinha e o Kajuru. Tenho gratidão por ele.”
A crise hídrica foi outro tema que mexeu com o prefeito. Ele evitou triunfalismo, mas sustentou que a cidade virou a página. “Nenhum gestor pode dizer que está resolvido para sempre, porque amanhã pode romper uma adutora. Mas a saúde técnica e financeira da Sanesc foi resolvida. A consequência é água na torneira”, afirmou. Depois completou, revelando o peso simbólico dessa mudança: “Ficou tão comum que as pessoas já nem se perguntam se vai faltar água este ano.”
Pellozo também admitiu que estuda lançar a esposa, Simone Assis, como candidata em 2026. “Tô pensando”, disse. Fez elogios à atuação dela na Assistência Social e avaliou positivamente o fato de Simone não ter pretensão política. “Tem gente que quer por querer, e isso é broxante na política. Ela não tem isso. Isso já filtra muita coisa.” O prefeito reconheceu que a região viu várias primeiras-damas virarem candidatas, mas defendeu que qualquer decisão passa pelo sentimento da cidade. “A parte dela está ok. Falta saber a opinião da população.”
Sem chance de reeleição, Pellozo também falou sobre o sucessor que pretende apoiar em 2028. Disse que ainda não tem nome, nem pista, e que a escolha dependerá de postura e compromisso. “Quem me conquistar. Quem mostrar que é apaixonado por Senador Canedo.” Para explicar o que entende como dedicação real, citou uma história contada por Ana Paula Rezende sobre o pai, Iris. “Ele estava internado e rezava por Goiânia. Isso me marcou. Eu tô preocupado com Canedo. Sempre fui.”
A entrevista mostrou um Pellozo menos calculado e mais à vontade para falar de bastidores. Entre declarações diretas, cobranças veladas e elogios estratégicos, o prefeito tenta equilibrar pragmatismo político e entregas de gestão. Num momento em que muitos administradores municipais apostam no entretenimento digital, ele insiste em outro caminho. “Todo dia que eu acordo é meu primeiro dia de prefeitura”, afirmou. Em Canedo, a população segue avaliando pelas torneiras. A água está chegando. Por ora, isso tem falado mais alto que os likes.

Domingos Ketelbey
É repórter, colunista e apresentador. Conecta os bastidores do poder, cultura e cotidiano na cobertura jornalística
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