
Virmondes Cruvinel fala sobre 2026, defende vice do agro e aborda sucessão na Alego em novo episódio do Domingos Conversa
25 de novembro de 2025 às 10:34
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O deputado estadual Virmondes Cruvinel (União Brasil) antecipou parte do que pensa sobre o xadrez de 2026 no episódio desta semana do Domingos Conversa, que foi ao ar nesta segunda-feira (24), às 21h30, na TV Capital, com disponibilização simultânea no YouTube e nas principais plataformas de áudio. Durante a entrevista, o parlamentar falou sobre a sucessão estadual, defendeu que Daniel Vilela tenha um vice ligado ao agronegócio e comentou a possibilidade de disputar a presidência da Assembleia Legislativa a partir de 2027.
Virmondes disse acreditar que a chapa governista precisa de um nome com forte capilaridade no interior. Segundo ele, o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, representa esse perfil. “É alguém que dialoga com todos os municípios, com força nas entidades e peso político real. Um vice do agro fortalece o projeto”, afirmou.
O deputado também abordou as incertezas que rondam o União Brasil diante da possível candidatura presidencial de Ronaldo Caiado. Virmondes admitiu que a base trabalha com diferentes cenários caso o governador deixe a sigla para disputar o Palácio do Planalto. Segundo ele, há conversas avançadas sobre alternativas partidárias que garantam segurança às chapas proporcionais e preservem a unidade do grupo. “Se houver mudança, todos terão de ser ouvidos. O foco é manter harmonia na construção das chapas”, destacou.
Virmondes demonstrou confiança no vice-governador Daniel Vilela, apontado como nome natural da base para a disputa pelo Palácio das Esmeraldas. Ele avaliou que Daniel reúne condições de manter prefeitos, deputados e lideranças alinhadas mesmo após a saída de Caiado do governo, prevista para abril. Para o deputado, o vice-governador tem perfil agregador, trânsito com prefeitos e credibilidade acumulada ao longo da carreira.
No campo institucional, Virmondes não descartou disputar a presidência da Assembleia Legislativa após buscar a reeleição para o quarto mandato. Ele afirmou que tem perfil de diálogo e que, no momento oportuno, pretende conversar com os colegas sobre o tema. “A vida pública é feita de sonhos e construção. Meu primeiro objetivo é a reeleição. Depois, quem sabe, liderar a Casa”, afirmou.
A entrevista ainda abordou a gestão Sandro Mabel em Goiânia, a polarização na Assembleia, o papel do Legislativo e o desempenho da base governista nas eleições municipais. O episódio completo foi ao ar nesta segunda-feira (24), às 21h30, na TV Capital, e já está disponível no YouTube, Spotify, Apple Music, Deezer e Amazon Music.
Acompanhe a transcrição completa do episódio abaixo.
Transcrição: Domingos Conversa #9 - Virmondes Cruvinel
Domingos Ketelbey: Olá, você que está conectado na TV Capital e nos tocadores de podcasts, seja bem-vindo ao Domingos Conversa!
Hoje, eu tenho o privilégio de entrevistar o ex-vereador por Goiânia e deputado estadual do terceiro mandato, Virmondes Cruvinel. Nesse programa, nós vamos conversar sobre bastidores do mandato, muito sobre política e o que vem por aí nas eleições de 2026. A gente que gosta muito de política vai falar muito sobre esse bastidor que antecede o período eleitoral. Muito obrigado pela sua audiência, sou o Domingos Ketelbey. Virmondes, me sinto honrado em receber aqui em mais uma edição do Domingos Conversa. Seja bem-vindo.
Virmondes Cruvinel: Obrigado Domingos pelo convite, pela participação aqui no programa que tem sido bem bacana, e nesse contato direto com o podcast e com as atualidades da política, é uma coisa que a gente vive no dia a dia, eu sei que você gosta muito, estuda bastante a respeito, é um excelente profissional de jornalismo; a gente pode compartilhar essas notícias com quem nos acompanha, sempre um privilégio.
O fortalecimento do União Brasil nas eleições municipais
Domingos Ketelbey: A gente vai fazer nesse bate-bola entre política, mandato, enfim. Eu vou pegar até o gancho do meu entrevistado da semana passada, entrevistei o presidente estadual do PSDB, que está no lado antagônico, eu sei que vocês são super respeitosos, caminham de forma harmônica, mas hoje estão em lados distantes, no campo ideológico um do outro. Ele faz oposição ao governador Ronaldo Caiado, o senhor está na base do governador Ronaldo Caiado, mas eu perguntei para ele sobre essa questão de como o PSDB vai chegar nas eleições do ano que vem. Como é que o União Brasil vai chegar nas eleições do ano que vem, deputado?
Virmondes Cruvinel: Olha, o União Brasil chega extremamente fortalecido, com uma sensacional participação nas eleições municipais, uma grande quantidade de prefeitos, eleitos e reeleitos com o União Brasil, muitos deles em alianças com o MDB e outros partidos da base aliada do governador Ronaldo Caiado, além de uma grande quantidade de vereadores, isso acaba que é o trabalho próximo das pessoas, aquelas eleições municipais são a prévia de 2026, então se o governador Ronaldo Caiado, com o projeto nacional, mas aí trabalhando essa sucessão com o vice-governador Daniel Vilela, dona Gracinha, para o Senado, sai fortalecido com o peso de uma base política sólida na Assembleia, no Congresso Nacional, mas também com essa representatividade política nos 246 municípios.
Os riscos da chapa pesada do União Brasil
Domingos Ketelbey: Justamente por esse peso, o bastidor político comenta que a chapa do União Brasil vai ser muito pesada e isso talvez provoca alguma dificuldade na construção dessas chapas, de eventuais nomes, talvez pensarem em outro partido, isso dificultar quem faz as articulações por essa chapa. Você vê dessa forma?
Virmondes Cruvinel: É o primeiro passo e a nossa vontade primeiro do projeto nacional do nosso governador Ronaldo Caiado, buscar a construção da candidatura nacional à presidência da república, isso parte muito também desse momento político, né, há uma atenção naquele início da federação construída com o PP lá, sobre isso, o governador tem feito ali o dever de casa com relação à questão do crescimento das pesquisas, de ter essa conexão no país e vai partir muito também desse pensamento político se ele fica ou não no União Brasil com isso, a minha torcida é que fique, né, é um partido que nos acolheu bem, um peso, uma representatividade nacional, boas pautas aqui também com a liderança muito forte do governador, nos deu essa força e incentiva para seguir uma caminhada.
Domingos Ketelbey: A permanência desse grupo no União Brasil está condicionada à campanha nacional do governador Ronaldo Caiado.
Virmondes Cruvinel: Certamente, até porque assim, se há necessidade às vezes de ele migrar para outro partido, também iremos ouvir isso sobre essa questão partidária, quem será responsável à organização da chapa de estaduais, federais, esse contexto também ouvir aí os prefeitos, as lideranças políticas às quais somos aí ligados, né, e se procuramos ouvir isso também na caminhada, mas a sequência aí do encaminhamento, principalmente o meu caso, né, está marchando o projeto político, tanto o governador, como o projeto de presidente, como também do Daniel Vilela para o governo. E aí, ou no União Brasil, ou em um partido da base aliada, naturalmente será a minha construção. A depender do futuro...
Reconfiguração partidária em discussão nos bastidores
Domingos Ketelbey: Pode ser que haja uma reconfiguração na base do governador Ronaldo Caiado até na distribuição de figuras em outros partidos.
Virmondes Cruvinel: Certamente, não só dentro do União Brasil, no MDB, que é o partido do vice-governador, mas também partidos aliados.
Domingos Ketelbey: E essa conversa já existe nos bastidores?
Virmondes Cruvinel: Existe, existe.
Domingos Ketelbey: Conversa com outros partidos pensando no plano B, ou C?
Virmondes Cruvinel: Sim, até porque assim, há uma preocupação, claro, né, com relação à questão de construção de chapas. Então, se caso, por exemplo, o governador não fique no União Brasil, nós temos que ter aquela primeira preocupação da constituição da chapa, porque até o União Brasil hoje é a maior bancada da Assembleia. Então, nós temos que ter essa preocupação de quem vai permanecer ou não. E aí, no caso também, trabalha essa aí para que haja uma harmonia nessa construção das demais chapas aí da base aliada.
Apostar na permanência de Caiado no União Brasil
Domingos Ketelbey: De zero a dez, qual que é a sua aposta? Ele fica no União Brasil, o governador fica no União Brasil ou vai para outro partido?
Virmondes Cruvinel: Olha, eu estou num sete, né, porque eu estou mais otimista do que pessimista, porque eu tenho visto também que essas manifestações por parte aí do PP, que aqui no Estado de Goiás é um partido bem aliado ao governador, essas manifestações praticamente têm sido pessoais, né, ali do Ciro Nogueira, lutando na tendência de defender não a candidatura própria, mas a aliança e pelo fato contrário, a gente tem visto o próprio União Brasil, que tem um peso político de governadores, senadores, uma ampla bancada de deputados federais e prefeitos nos diversos municípios do país, também ter essa postulação da participação como candidatura própria, e não como partícipe ali num processo de vice. Então, a maioria que eu tenho visto dentro do próprio União Brasil defende essa candidatura própria e eu tenho certeza que o governador tem bons argumentos e trabalho apresentado para isso.
Caiado e o apoio no cenário nacional
Domingos Ketelbey: Mas você vê figuras nacionais, com esse posicionamento de declarações públicas, e eu não estou falando, eu sei que a base do governador Ronaldo Caiado aqui é muito entusiasta por esse projeto, a gente vê todo mundo numa voz unísona com relação a isso, mas fora daqui me parece que são poucas vozes que endossam esse projeto presidencial do governador Ronaldo Caiado.
Virmondes Cruvinel: Olha, eu vejo sim com muito entusiasmo, não só o ACM Neto no Nordeste, mas também diversos colegas que são senadores e deputados federais do Congresso que têm um respeito muito grande pela postura do governador Ronaldo Caiado. Parte do momento também da estratégia da direita e centro-direita ali, quais e quantas candidaturas serão consolidadas. Há um pensamento em uma observação muito na tomada de decisão do Tarcísio, que é o governador de São Paulo, e nessa tomada de decisão pode ser ali crucial para a consideração do projeto político nacional do governador Ronaldo Caiado.
Domingos Ketelbey: Quais partidos do União Brasil, a base hoje conversa...
Virmondes Cruvinel: Olha, tem um diálogo muito bom também aí com o próprio PSD, mas que tem uma pré-candidatura do Ratinho Júnior, né? Há um respeito e um diálogo com outros partidos, como é o caso do Novo, que tem um foco contrário ali a associar-se ao presidente Lula e tem o Romeu Zema como figura de Minas também com papel de destaque, além de outros partidos ali do centro, né, que tem o próprio, assim, existem alas regionais do MDB aí no país também, que têm abertura para esse diálogo, né? Claro que uma tendência ali de ter uma candidatura ao contraponto, que eu enxergo hoje naturalmente, é uma chegada ao segundo turno, onde todos esses aí, que às vezes possuem mais de uma candidatura, estarão unidos no segundo turno.
O principal obstáculo para Caiado
Domingos Ketelbey: Nessa disputa prévia, qual é o principal obstáculo do governador Ronaldo Caiado?
Virmondes Cruvinel: Nesse momento agora é consolidar primeiro esse passo da candidatura própria. Então essa definição com relação à federação é algo que tem que ser de imediato tomada decisão, porque isso vai perverter bastante. O União Brasil sozinho acredito que é seguro assim a possibilidade aí de tê-lo como candidato próprio. Com o PP federado já há risco.
O sonho de Virmondes na Assembleia e para 2027
Domingos Ketelbey: O senhor vai para o quarto mandato agora, vai para o quarto mandato, mas por muito tempo existe uma especulação em torno de uma busca do senhor por uma cadeira no TCM. Essa articulação ainda existe, como é que o senhor vê toda essa movimentação?
Virmondes Cruvinel: Na verdade, Domingos, eu sou apaixonado pelo legislativo, né? Vivendo aí na condição de vereador, deputado estadual. Então eu tenho sonhos dentro da legislativa que pensar num projeto de reeleição, pensar num projeto de deputado federal, senador, porque não, né? Eu sou entusiasta de que a gente tem que ser lembrado. Agora, o fato de ser lembrado não é que eu pedi para ir para o TCM, ser lembrado às vezes pela nossa capacidade técnica na condição de procurador de estado, ter uma vivência já na atuação legislativa, fomos lembrados sim por outros colegas deputados, mas assim, é algo que não depende de mim, né? O que depende de mim é estar fazendo um trabalho permanente, consolidado aqui na legislativa e faço com muita satisfação, né? São mais de 200 leis aprovadas da nossa autoria, pautas aí muito claras, defesa do empreendedorismo, educação, defesa de direitos, a participação nessas áreas de cultura e esporte também muito claras, né? E entregas para a sociedade através desse trabalho com emendas. Então assim, eu fico muito feliz, eu gosto de pertencer ao Parlamento, eu sou uma pessoa que sou meio que um bombeiro lá dentro, às vezes tem dois brigando, a minha missão é tentar acalmar aquela briga. Sou pacificador. Gosto de diversificação, de diplomacia, né? Então assim, eu me identifico muito com o Parlamento, tenho vontade de crescer mais porque não no projeto futuro e na casa de liderar essa condução da casa, e às vezes que o nosso presidente Bruno agora parte por um projeto nacional, no momento apropriado nós vamos discutir isso com todos os colegas.
Domingos Ketelbey: Essa seria minha próxima pergunta, disputando a reeleição ano que vem e vencendo, já em 2027 vai ter uma articulação do Virmondes assumir a presidência da Assembleia?
Virmondes Cruvinel: Eu falo que a vida é movida por sonhos e no Parlamento, quem está aí com a experiência, quem tem esse perfil de diálogo e principalmente a palavra, que a nossa linha de atuação é muito com palavra dada, palavra cumprida, é um momento também da gente pensar em crescer sim, fazer vez e voz, é o Parlamento coexistindo com identidade e respeito a todos os colegas.
Domingos Ketelbey: Esse passe, 2026 vai passar muito por isso?
Virmondes Cruvinel: Sim, é igual você disse, na vida, se a gente tiver sonhos, meu sonho mais próximo é que eu irei lutar por ele primeiro, uma reeleição e quem sabe dirigir a casa com o apoio de todos os colegas.
Domingos Ketelbey: Então já tem aí uma pré-candidatura, a reeleição a deputado estadual e também a presidência da Assembleia Legislativa?
Virmondes Cruvinel: No momento apropriado, é um passo de cada vez.
Os projetos e votações mais difíceis na Assembleia
Domingos Ketelbey: Você disse que foram 200 leis aprovadas de sua autoria, um trabalho de mais de 10 anos, né? Enfim, nesse tempo todo, qual foi o projeto, a votação mais difícil que você enfrentou, seja pela base ou atuando aí, qual foi o projeto mais complicado ali, o período mais, que houve aí um entrave, até um desgaste talvez foi aí atachado a alguma aprovação, o que aconteceu?
Virmondes Cruvinel: Eu acredito que o momento mais difícil que nós vivemos no Parlamento, não digo só o Parlamento, o Estado de Goiás, foi o momento da pandemia, foi o momento muito difícil para tomada de decisões e decisões tinham que ser tomadas ali de forma rápida, com garantia de recurso para saúde, por exemplo, votando o regime de recuperação fiscal. Talvez aquele momento foi um momento tenso, mas que exigiu sabedoria, o diálogo muito próximo das lideranças políticas locais, prefeitos que estavam ali em dificuldades financeiras nos seus municípios, né? Vidas sendo perdidas, mas ao passo disso você poder acompanhar que ações concretas aconteceram. Eu cito um exemplo nessa área da educação, que a gente tem uma identidade muito grande, Domingos, que foi a ideia de se trazer um projeto chamado Bolsa Estudo, né? Naquele momento da pandemia, onde havia evasão escolar, o aluno saía da escola para ajudar o seu pai, sua mãe perdeu o emprego, perdeu a vida em casa, o governador Caiado teve a sensibilidade de trazer um projeto para que incentivasse o aluno a permanecer, evitar evasão, garantir uma merenda escolar apropriada, uma ajuda de custo que até foi copiada num projeto federal, que é o Pé-de-Meia, né? Semelhante muito a essa ideia, e que aqui se consolidou depois da pandemia. Então eu vejo assim, que programas como esse e uma rede de proteção social que foi criada, reflexo nesse período da pandemia, também assegurou muitas vidas serem salvas, empregos sendo gerados, né? Esse diálogo muito próximo ao secretariado como a Retomada, igual a esse fomento. Eu vivi aquilo ali durante a pandemia, estou feliz hoje por ver assim, restabelecimento da nossa economia goiana, com oportunidade de emprego, empregos formais sendo gerados aqui no estado, e com isso claro, com a participação efetiva do governo e da Assembleia.
A taxa do agro e os compromissos com o interior
Domingos Ketelbey: Aquela quebradeira em torno da taxa do agro, aquilo lá foi um episódio que marcou a Assembleia.
Virmondes Cruvinel: Eu acredito que não, nós tivemos assim, o governador tinha convicção, ele visitou, conheceu de perto a realidade, o governador conheceu de perto inclusive as ações implementadas pelo governador depois da propositura e claro, com compromisso assumido. O governador é muito correto com essa questão de tratativas de programas, né? Da mesma identidade que ele teve, por exemplo, de consolidar o Hospital Cora, que é uma referência nessa questão do tratamento do câncer, você viu ali também que aquilo que ele elaborou naquele planejamento inicial da taxa do agro está sendo aplicado de fato, né? Vias aí sendo construídas, eu dou um testemunho de algumas cidades que eu represento, caso, por exemplo, de Trindade, que é uma das cidades que a gente tem a maior representação fora de Goiânia, e que consolidou realmente aquele compromisso das intervenções ali urbanas ser feitas em regiões produtoras, regiões que o agro é muito forte, você tem essa facilidade para escoar a produção.
A polarização na Assembleia e o debate sobre pautas
Domingos Ketelbey: A Assembleia Legislativa, pouco tempo atrás, ela foi marcada por alguns debates, até o pessoal brincava que era uma assembleia nacional, né? Uma polarização muito forte, uma disputa entre uma ala mais bolsonarista, outra ala mais petista, e isso ainda é presente em algumas... Não é uma postura muito ideológica, e pouco debate produtivo com a nossa pauta goiana. Como é que você vê essa polarização ideológica na Assembleia Legislativa?
Virmondes Cruvinel: Eu particularmente eu defendo o seguinte, que na política a gente tem que lutar pelas causas, buscar entregas para as pessoas, resultados, é uma melhoria da infraestrutura de uma cidade, é uma reforma da escola, é assegurar que os postos de saúde, as unidades municipais tenham as condições e recursos para salvar vidas, então se garantir entregas, essa tem que ser a minha luta com pautas e não contra pessoas. E eu acho que toda vez que você vai para a linha de atacar as pessoas, ataques pessoais, baixaria, é não ter compromisso, você não traz resultado, porque o que mais a pessoa está querendo é melhora a vida na sociedade, no seu bairro, é onde ele vive. Então eu defendo sempre essa linha de postura de pautas, sabe Domingos? De ter convicção no que eu defendo, eu me recordo muito, eu fiz um curso uma vez que era em São Paulo com o movimento CIP, que chamava RAPS, Rede de Apoio à Sustentabilidade. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deu uma palestra para 60 líderes no Brasil e ele falava justamente isso, você que tem uma linha mais de centro, centro-direita, centro-esquerda, ou seja, que não está nesse radicalismo extremo, defenda com convicção as suas bandeiras. E é o que eu tenho seguido como linha aqui em Goiás, todas as discussões ligadas à inovação, empreendedorismo, educação, tem sido muito presente e deixado de lado. Se um colega da direita ou da esquerda quer me ajudar a votar um projeto da educação, da inovação ali, eu peço apoio a ele e a gente tem consolidado isso. Por exemplo, aqui em Goiás, com a aprovação da primeira lei brasileira sobre inteligência artificial, foi um trabalho que eu fui o relator da matéria, conversei com o pessoal da direita, da esquerda e todos apoiaram isso, é Goiás na frente no ramo da inovação.
Posicionamento ideológico de centro-direita
Domingos Ketelbey: Se fosse para cravar qual que é a linha ideológica do deputado estadual Virmondes Cruvinel?
Virmondes Cruvinel: A linha do deputado Virmondes é uma linha mais de centro-direita, que é o nosso posicionamento.
Extremismo, violência de gênero e ética no Parlamento
Domingos Ketelbey: Nessa disputa, a gente viu até o deputado do seu partido, Amauri Ribeiro, virar réu por violência política de gênero contra a deputada do PT, Bia de Lima. Como é que o senhor viu essa decisão? A Assembleia puniu pouco ou disciplina pouco esses casos, como o que a gente está falando?
Virmondes Cruvinel: Todo extremismo tem que ser, acredito assim, você tem que evitar ataques pessoais, isso é uma máxima que eu carrego, respeitar as diferenças, principalmente no caso aí de mulheres, negros, enfim, toda opção sexual, você tem que ter respeito aí, isso é uma máxima que eu defendo até como profissional do direito. E acredito que no momento certo, assim, nós temos conversado bastante com os colegas isso, que diminua esses conflitos, esses ataques, são assim, você tem uma avenida de oportunidades para trabalhar pelas pessoas, pelos municípios goianos, pelas suas bandeiras claras, e o que a gente tem que conversar principalmente a gente que tem um pouco mais de vivência, mais alguns mandatos no Parlamento, que conflitos internos não resolvem problemas, então o que eu tenho trabalhado nessa pauta é justamente isso, mas é claro, temos lá o Conselho de Ética, se houver qualquer avanço de extremismo, ataque ou algo que desrespeite tantas pessoas, como também o Regimento Interno da Casa, há necessidade de responsabilizar isso.
Daniel Vilela como sucessor de Caiado
Domingos Ketelbey: Vamos voltar para 2026 agora, falamos um pouquinho sobre a candidatura presidencial do governador Ronaldo Caiado, como isso pode afetar a base aqui... Ele diz que vai sair em abril, que vai renunciar ao cargo, quem assume é o vice-governador Daniel Vilela, que vai para a eleição com apoio, imagino, de toda essa base. Volto aqui na entrevista passada, deputado estadual Gustavo Sebba, presidente do PSDB, aposta que a partir do momento que isso aconteça, a base vai dar uma tremecida, a base caiadista, ou pode haver uma reconfiguração, de hoje alguns da base do governador Ronaldo Caiado apoiem outros candidatos, não só o ex-governador Marconi Perillo, mas agora a gente vai ver o senador Wilder Moraes também, não sei se essa é a pré-candidatura dele, ou seja, vai haver, pode haver uma projeção aí de uma base não desfacelada, mas de alguns dissidentes na base caiadista. Você acredita que o Daniel vai ter a capacidade de manter essa base unida e não acontecer nenhum tipo de racha, por menor que ele seja?
Virmondes Cruvinel: Olha, uma coisa que eu percebo, né, conhecendo o Daniel, fomos vereadores juntos, contemporâneo de escola aqui em Goiânia, né, o que eu vejo no Daniel é sempre uma pessoa que busca agregar, é mais ou menos uma linha que eu tenho muita identidade e ganhou a confiança total do governador Ronaldo Caiado, isso é uma coisa muito valiosa em política, você ter a confiança ao ponto de várias vezes o governador em viagem, à atividade ou missão oficial, o governador Daniel assumiu e ganhou a gestão de governo, então assim ele ganhou a confiança nesses quatro anos e além da confiança é o perfil da mesma forma que o governador de saber que não é só um partido, são partidos que garantiram a chegada hoje a uma segunda eleição com primeiro turno de eleição vitoriosa e ele tem sabedoria para isso, já viveu na base sendo vereador, deputado estadual, deputado federal, com bom trânsito por onde passou e essa ideia de agregar, a mesma forma que seu pai já fez hoje, como era o Maguito Vilela, eu tenho sabedoria que o Daniel Vilela saberá costurar essa aliança e dar sequência, ele tem credibilidade para isso, caminha ao lado da nossa próxima senadora por Goiás, que é a dona Gracinha, então eu vejo o seguinte, que ele sabe dar sequência a um projeto, ele garantiu essa confiança e tem preparo político e vivência para essa jornada daqui para frente. Acredita que um racha não aconteça? Não, o Daniel é uma pessoa que agrega, não vejo de forma alguma essa coisa de distanciamento, o que hoje eu visito muitas cidades, são ali às vezes algumas situações de alguns ex-prefeitos que têm uma ligação histórica lá atrás com o ex-governador Marconi Perillo, que defende a candidatura, às vezes ali numa linha dessa cidade você encontra ali um núcleo que é mais bolsonarista, que vai defender a candidatura do Wilder, de outro nome ligado ao bolsonarismo, mas a gente vê uma ampla atividade do Daniel, do Caiado, constantemente com prefeitos, vereadores, deputados também com a sua base ampla, isso aí sempre se fortalecendo no interior e a prova disso foi a eleição para os municípios, né, as eleições municipais e tanto é que até você pegar em números essa quantidade de prefeitos, por exemplo, do PSDB ou do PL, está bem mais reduzida do que a realidade hoje da base Caiado.
O apoio a Daniel não é automático nos bastidores
Domingos Ketelbey: Essa é uma fala importante, o que a gente realmente entrevista as lideranças do interior e muita gente elogia o governador Ronaldo Caiado, não, eu vou apoiar o governador Ronaldo Caiado aonde que ele for, se ele for opção à presidência da República, nós vamos apoiar, mas quando desce aqui para Goiás eles já ficam, mas o Daniel eu preciso de mais um tempo para pensar se eu vou apoiá-lo, não, parece que o apoio também não é tão natural assim.
Virmondes Cruvinel: Na verdade sim, Domingos, o que eu tenho conversado por exemplo, você pega uma atividade hoje de uma FGM e uma AGM, né, tanto os nossos prefeitos, o de Trindade que está na AGM como também o Paulo Vitor que está na FGM, que são líderes representativos, o que que eu falo líderes representativos, o que está sempre lutando ali do lado dos prefeitos, não é? Presentes na AGM, a FGM, que não fica escondida em cadeira de entidade, não, está lá em Brasília, está na Assembleia, está visitando órgãos aí e o que eu tenho visto é sempre uma proximidade com o vice-governador Daniel Vilela, o tempo todo mesmo sem o governador Caiado, então assim, sendo chamado para tomadas de decisões, ações em conjunto, né, nesse papel de representatividade do vice-governador Daniel Vilela, ele sempre faz questão de convidar prefeitos ali para perto e eu acho que essa é uma receita certa, né, o governador no primeiro momento conseguiu ganhar eleição praticamente sem prefeitos, mas quem sabe construir esse trabalho de perto em política sabe da importância essencial do prefeito num plano político eleitoral e o Daniel tem procurado fazer isso ao lado de grandes líderes, como caso das associações e federações.
A vice-governança e a questão do Senado
Domingos Ketelbey: Essa candidatura vai vingar, o Daniel, independente do adversário, ele vai figurar nas eleições como candidato, por exemplo, o governador Ronaldo Caiado... Ele vai precisar de um vice... Quem seria esse vice?
Virmondes Cruvinel: Não, hoje nós temos assim duas ainda incógnitas, que é a definição da segunda vaga do Senado, né, e também a definição com relação à vice, com relação à vaga do Senado, o que eu vejo é o seguinte, que entendo que talvez deixar várias candidaturas como foi pulverizado naquele momento facilita bastante a construção de uma candidatura adversária ao Senado, então defendo assim, a minha defesa é que tenha duas candidaturas ao Senado, entendeu, não deixar mais do que isso, a dona Gracinha mais um nome, e com relação à vice eu acredito que assim, naturalmente hoje a gente tem que procurar agregar ou uma força de candidatura, um partido forte, isso é uma coisa que pesa bastante, ou segmento também que tem peso de representatividade, eu particularmente sou muito simpático aí, por exemplo, a uma postulação de José Mário Schneider que está na FAEG, como opção também de vice-governador, por quê? Porque ele tem essa vivência de entidades, é uma força do agro, que tem capilaridade com sindicatos rurais em todos os municípios goianos, então eu vejo que algo nesse sentido pesa e fortalece um projeto.
Domingos Ketelbey: No Senado, o senhor disse da segunda vaga ao Senado, o senhor falou que isso é uma incógnita, aí o senhor falou agora que é simpático a José Mário para vice, o senhor é simpático a algum nome para essa segunda vaga?
Virmondes Cruvinel: Por enquanto ainda estou ouvindo, sabe assim, não tenho defendido, porque acaba que hoje nós ficamos um pouco distantes dos senadores goianos aí, a própria candidatura do senador Wilder distanciou bastante, que foi a última, no caso nós tivemos aí, o outro não tivemos êxito nessa candidatura do Senado, então a gente fica um pouco distante, mas eu confesso que alguém que escute os prefeitos e os deputados vai ser ajudado aí na tomada de decisões.
Quem chega mais competitivo: Daniel, Wilder ou Marconi
Domingos Ketelbey: Quem vai chegar mais competitivo em 2026? Daniel, Wilder, Marconi?
Virmondes Cruvinel: Eu vejo naturalmente essa construção hoje, primeira eleição, que não é uma eleição fácil, não temos adversários respeitados, um que já é senador, que já foi ex-governador, então assim, candidatos concorrentes também têm experiência num processo eleitoral, mas eu vejo o Daniel Vilela, ele está primeiro motivado, ele está muito motivado, assim, é uma vontade de trabalhar essa questão da candidatura ao governo, mas principalmente do lado de boas pessoas, né, o governador como um grande conselheiro e habilidoso articulador político e também é claro aí, sempre ele, o Daniel tendo essa proximidade com a Assembleia, ele gosta de estar com os deputados, né, gosta de fazer essas agendas ali junto com os nossos prefeitos, então vejo com muita chance do nosso vice-governador chegar bem adiantado no projeto, tanto a eleição como no primeiro turno, e vamos trabalhar para que seja no primeiro turno.
Domingos Ketelbey: Aposta na vitória no primeiro turno, então?
Virmondes Cruvinel: Vamos trabalhar para isso.
Avaliação da gestão Sandro Mabel na Prefeitura
Domingos Ketelbey: Deputado, o senhor apoiou o prefeito Sandro Mabel nas últimas eleições, ele enfrentou aí umas crises nesse primeiro e segundo semestre, está chegando agora no final do ano. Brevemente, avalie a gestão dele com quase um ano.
Virmondes Cruvinel: Primeiro o seguinte, eu acho que o perfil igual do prefeito Sandro é o que Goiânia precisa, da mesma forma que o Maguito, da última vez teve a oportunidade de ser eleito aqui, mas também foi prefeito de Aparecida, uma pessoa que tem trânsito em Brasília, uma pessoa que sabe chegar lá e entrar na porta do fundo do gabinete do ministro, que já foi deputado federal e ali conhece um colega que hoje está à frente de ministério, isso faz ser demais essa busca de garantias, garantia de convênios, recursos federais, que nenhum gestor consegue conviver, principalmente capital. Segundo, o prefeito Mabel tem assim, tem essa vivência de gestão. Goiânia estava precisando depois desse marasmo que foi deixado aí pelo prefeito Rogério Cruz de uma visão de gestão mais ampla, de resultados, eu tenho visto principalmente em áreas estratégicas, como é o caso da educação, essa questão de zerar as vagas aí de creches que estavam com tanta demanda, a ideia de avaliar a questão da estruturação dos atendimentos de saúde, ele está trazendo recursos aí para estruturar as unidades de pronto atendimento, UPAs em vários bairros, o Pediatra nas unidades, que é um compromisso que foi trazido de campanha. Então veja assim, execução também nessa área do trânsito, que é uma área também tão cobrada aqui pelo cidadão de Goiânia. Então veja que o prefeito está com a agenda de trabalho muito forte, e é claro que assim, esse começo de transição, um momento que teve lá atrás um prefeito, cá pra nós aqui, um prefeito fraco que não tinha articulação porque ele não teve tanto o peso do diálogo institucional também com a Legislativa e com a sociedade civil, tanto é que acabou aí praticamente em um dos últimos lugares na eleição para prefeito. Então vejo que esse é um momento de diálogo, diálogo é uma ferramenta importante, o prefeito Sandro já viveu no Legislativo da mesma forma que o governador Caiado, ele também foi deputado estadual, também foi deputado federal, e ele naturalmente passa essa construção de uma base sólida. E o momento de primeiro ano é isso, eu vivi na Câmara por três mandatos, eu vi, ali você sabe separar quem está firme num projeto de base, quem está firme num projeto de oposição e quem está firme para construir um projeto político amplo aí, como é o caso do prefeito Sandro que eu penso, não só é um mandato, mas mais de um em Goiânia.
O bate-pronto final
Domingos Ketelbey: Deputado, estamos estourando nosso tempo, muito obrigado pela participação em mais um Domingos Conversa, tenho uma lista de perguntas breves que eu vou fazer um bate-pronto com você só para a gente encerrar, tá?
Queria que você me falasse sobre um político goiano que o senhor admira, um só.
Virmondes Cruvinel: É o Iris Rezende Machado.
Domingos Ketelbey: Um político que te decepcionou.
Virmondes Cruvinel: Rogério Cruz.
Domingos Ketelbey: Uma decisão que o senhor tomaria diferente, alguma votação que o senhor se arrepende.
Virmondes Cruvinel: Por enquanto eu tenho convicção da minha pauta, não, não me arrependo.
Domingos Ketelbey: O senhor tomaria diferente alguma decisão?
Virmondes Cruvinel: Não.
Domingos Ketelbey: Goiás precisa de renovação ou de continuidade?
Virmondes Cruvinel: Sequência de um projeto político, Daniel Vilela.
Domingos Ketelbey: O próximo governador de Goiás será?
Virmondes Cruvinel: Daniel Vilela.
Domingos Ketelbey: E o próximo presidente da República?
Virmondes Cruvinel: Defendo Caiado.
Domingos Ketelbey: E qual será?
Virmondes Cruvinel: Ronaldo Caiado.
Encerramento
Virmondes Cruvinel: Agradeço o carinho Domingos, parabéns pelo seu trabalho, seu profissionalismo, sempre admirei sua postura articulada, do jornalismo de qualidade e sempre que convidado estarei aqui presente.
Domingos Ketelbey: Obrigado deputado, você que está conectado aqui na TV Capital, aos tocadores de podcast. Esse foi o Domingos Conversa. Eu sou o Domingos Ketelbey, me siga nas redes sociais e até a próxima segunda.
Publicação: Novembro de 2025
Disponível em: TV Capital, Spotify, Apple Podcasts, YouTube, Amazon Music, Deezer
CRÉDITOS
Apresentação e roteiro: Domingos Ketelbey
Edição, mixagem e design gráfico: Lucas Coqueiro
Styling: Tainara Maia
Foto: Ronaldo Caiado/Reprodução
Trilha sonora original: Steven F Allen

Domingos Ketelbey
É repórter, colunista e apresentador. Conecta os bastidores do poder, cultura e cotidiano na cobertura jornalística
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