Telma da Babilônia sorri

Telma Lopes Machado, também conhecida carinhosamente como Telma da Babilônia, acaba de ver seu livro “Receitas com Memória” ser selecionado para o Gourmand Awards (Foto: Divulgação)

Telma da Babilônia sorri

Telma Lopes Machado, também conhecida carinhosamente como Telma da Babilônia, acaba de ver seu livro “Receitas com Memória” ser selecionado para o Gourmand Awards (Foto: Divulgação)

Telma da Babilônia sorri

Telma Lopes Machado, também conhecida carinhosamente como Telma da Babilônia, acaba de ver seu livro “Receitas com Memória” ser selecionado para o Gourmand Awards (Foto: Divulgação)

Telma da Babilônia sorri

Telma Lopes Machado, também conhecida carinhosamente como Telma da Babilônia, acaba de ver seu livro “Receitas com Memória” ser selecionado para o Gourmand Awards (Foto: Divulgação)

Telma da Babilônia leva cozinha raiz de Goiás à mesa do mundo

Livro da chef pirenopolina é finalista do Gourmand Awards, maior prêmio de gastronomia do planeta

20 de setembro de 2025 às 10:41

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Política

A cozinha goiana pode ganhar projeção internacional graças ao trabalho de uma mulher que, aos 75 anos, segue desafiando o tempo e as tradições. Telma Lopes Machado, também conhecida carinhosamente como Telma da Babilônia, acaba de ver seu livro “Receitas com Memória” ser selecionado para o Gourmand Awards, maior prêmio de gastronomia do planeta. 

A obra, financiada pelo Programa Goyazes, do Governo de Goiás, reúne empadão, pamonha, requeijão, mané pelado, peta e tantas outras iguarias que saíram do fogão da Fazenda Babilônia, em Pirenópolis, para conquistar os jurados de Paris.

Telma cresceu na roça, quando cozinhar era obrigação feminina, e transformou o que parecia destino em projeto de vida. “Aprendi vendo minha mãe preparando o porco, matando o frango. Estou ligada à gastronomia desde criança”, recorda. 

O que poderia ter ficado como lembrança doméstica virou pesquisa de décadas e se materializou em páginas que contam mais que modos de preparo: revelam histórias de origem, culturas esquecidas e o ponto certo do milho.

O livro chega ao Gourmand Awards em duas categorias: mulher-chefe e comida da fazenda à mesa. Entre 930 concorrentes de 175 países, o trabalho de Telma carrega a força do cerrado em fotografias de Ana Lima, textos de apresentação da cozinheira e pesquisadora Letícia Massula e posfácio da professora Sônia Magalhães, da UFG, que reconstrói a história da culinária goiana. A cerimônia de premiação será em novembro, em Paris, e pode consagrar Telma com o título de Best in the World.

Mais que receitas, a publicação guarda resgates culturais. Da matula de galinha dos tropeiros à carne de lata, passando por técnicas indígenas de cozimento em folhas de bananeira, o livro é uma coletânea de saberes que sobreviveram à oralidade e agora se eternizam no papel. “Consegui a receita da matula com uma senhorinha bem idosa. Foi um resgate mesmo”, conta Telma, que vê no projeto um antídoto contra o esquecimento.

Na Fazenda Babilônia, de 225 anos, ela segue servindo quitandas no Café Sertanejo. Agora, a indicação ao Gourmand Awards projeta sua cozinha para além das fronteiras goianas. Se o título vier, não será apenas a consagração de Telma, mas a elevação da culinária goiana ao palco da gastronomia mundial. A vitória pode ser em Paris, mas o sabor nasceu no coração do cerrado. Graças a Deus!



Domingos Ketelbey

É repórter, colunista e apresentador. Conecta os bastidores do poder, cultura e cotidiano na cobertura jornalística

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