Poeira vai virar progresso na GO-147
Depois de décadas de espera, rodovia entre Bela Vista de Goiás e Silvânia terá 46,3 km de asfalto financiados pelo Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra)
15 de setembro de 2025 às 15:40
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Política
Por anos, a GO-147 foi sinônimo de abandono. Um traço de terra no mapa que separava duas cidades produtivas e obrigava produtores a conviver com atoleiros no período chuvoso e nuvens de poeira no tempo seco. Nesta terça-feira (16), esse cenário começa a mudar: será assinado o contrato de pavimentação da rodovia, no trecho de 46,3 quilômetros entre Bela Vista de Goiás e o entroncamento da GO-010, em Silvânia.
A obra será executada pela Construtora CCB ao custo de R$ 152 milhões, com recursos do Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra), abastecido por contribuições dos produtores rurais de Goiás. Além do asfalto, o projeto inclui a construção de uma ponte de concreto de 50 metros sobre o Rio dos Bois. Falta apenas o licenciamento ambiental para que os trabalhos comecem.
O trecho liga duas pontas de uma das regiões mais dinâmicas da agropecuária goiana. Segundo estudo do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária em Goiás (Ifag), a estrada beneficiará diretamente 6.457 imóveis rurais num raio de 25 quilômetros, espalhados também por Hidrolândia, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Vianópolis, Leopoldo de Bulhões, Piracanjuba, Caldazinha e São Miguel do Passa Quatro.
Hoje, essa área de 327 mil hectares, dos quais 310 mil já estão em produção, movimenta R$ 1,4 bilhão no Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP). Com a pavimentação, o Ifag projeta que o valor possa saltar para R$ 2,2 bilhões, impulsionado pela soja e pelo milho. O asfalto também deve reduzir o peso da pecuária extensiva, que ainda ocupa vastas áreas de pastagem.
Atualmente, a GO-147 recebe 38.963 caminhões por ano, transportando 1,52 milhão de toneladas de grãos, carne e insumos. Com a obra, o fluxo deve subir 42,8%, alcançando 55.631 caminhões e 2 milhões de toneladas. É a promessa de uma estrada mais rápida, mais segura e capaz de transformar a paisagem econômica do entorno.
“Pelos meios tradicionais, processos como esse demorariam cerca de três anos. Fizemos em menos de 80 dias”, afirma Armando Rollemberg, presidente do Ifag, que conduz o projeto em parceria com a Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg) e o Governo de Goiás.
Domingos Ketelbey
É repórter, colunista e apresentador. Conecta os bastidores do poder, cultura e cotidiano na cobertura jornalística
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