Na imagem, o jornalista Altair Tavares (Foto: Divulgação)

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Domingos Conversa #3: 2026 É CONTINUIDADE, MAS QUEM DEFINE O TABULEIRO AINDA ESTÁ EM MOVIMENTO

É a análise do jornalista Altair Tavares, o terceiro entrevistado do Domingos Conversa - episódio já disponível nos tocadores

24 de outubro de 2025 às 17:54

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Há exatos um ano das eleições de 2026, nada melhor do que analisar o atual cenário do que falando com quem acompanha diariamente os bastidores da política goiana: o repórter, editor e colunista Altair Tavares, em uma trajetória de mais de 40 anos dedicados à reportagem. O local? Não poderia ser outro, senão um boteco. Afinal de contas, política combina com mesa de bar. Esse é o cenário do terceiro episódio do podcast Domingos Conversa, disponível nos principais tocadores de streaming.

Entre um comentário e outro no Boteco do Léozinho que serviu como “estúdio” para gravação do novo episódio, Altair falou sobre a sucessão estadual, o futuro do governador Ronaldo Caiado, o papel do vice Daniel Vilela e o estilo de comunicação do prefeito Sandro Mabel, sempre com o olhar de quem vive o cotidiano do poder e entende suas nuances. Foi um papo leve, mas cheio de leitura política, dessas que explicam o presente olhando para o passado.

Para o jornalista, o eleitor goiano entra em 2026 com tendência de continuidade. “Caiado entrega força a Daniel Vilela”, resume Altair, apontando que o governador sai de mandato com aprovação sólida, cenário inverso ao de 2018, quando o tucanato descia a ladeira e o atual grupo político subia com força.

Altair também avaliou o silêncio estratégico de Wilder Morais, a tentativa de Marconi Perillo de voltar ao protagonismo e o papel simbólico que o PT deve exercer na disputa, mais preocupado em fortalecer sua bancada federal do que em chegar ao segundo turno. E, claro, sobrou espaço para um olhar bem-humorado sobre o estilo explosivo e midiático de Sandro Mabel: “Ele não vai mudar. É duro, mas ativo. E há quem prefira um prefeito mão pesada a um prefeito apagado.”

A seguir, você pode ler a transcrição dos principais trechos da entrevista:

Apresentação e contexto da entrevista

Domingos Ketelbey: Olá, eu sou Domingos Ketelbey e ao meu lado eu converso com Altair Tavares, meu professor, editor do Diário de Goiás, do site CiberJornal, colunista da Difusora Goiânia. Hoje nós estamos num lugar que eu acho que respira, de certa forma, política. Boteco tem essa peculiaridade e nós estamos no Boteco do Leozinho, um lugar que deveria ser tombado aqui no Jardim América. Eu acho, Altair, que boteco e política, que é um assunto que nós vamos discutir nessa conversa, têm uma conexão de forma harmônica e de forma brilhante. Você não concorda?

Altair Tavares: Olha, se eu for contar as horas que eu conversei sobre política ou das questões que nós já resolvemos desde sindicato, né? Porque eu fui atuante no sindicato dos radialistas também, na área sindical. Posição sindical e tantos assuntos do jornalismo, né? Com conversa de colega, se eu for contar pra eles essas horas, são muitas, viu?

É mais emblemático porque a gente tá meio que num... Essa entrevista tá sendo gravada, essa conversa, porque vai ser uma conversa, tá sendo gravada numa sexta-feira, 10 de outubro. Digo isso porque eu não sei se eu vou conseguir liberar esse material hoje, nessa sexta-feira. Mas, é, política, sexta-feira, Boteco, parece que combina mais ainda, haja vista que hoje, o dia 10 de outubro, tem uma característica interessante.

Domingos Ketelbey: Sim, de fato, porque daqui a um ano já teremos o primeiro turno passado, né? Já teremos senadores eleitos, já teremos primeiro, segundo turno, pra governador ou pra presidente, deputados estaduais também eleitos. Ou seja, daqui a um ano, teremos uma nova, de certa forma, conformação política para o país. Você acha que vendo essa entrevista daqui a um ano, você acha que as suas avaliações que você vai dar aqui hoje, você vai marcar muitos gols ou você acha que vai muita bola fora?

Altair Tavares: Não sei, eu acho que algumas, algumas a gente tem, né? Na perspectiva de acertar, acho que é muita pretensão também a gente querer acertar tudo. Mas acho que também a cobertura diária do dia a dia da política não é pra acertar. O bom mesmo é acompanhar a evolução do jogo. O que acontece, o ataque, como é que a defesa funciona. Acho que menos acertar no final é saber interpretar bem o jogo.

Caiado e a pré-candidatura presidencial: de leve para pesado

Domingos Ketelbey: Há um ano, lá atrás, lá no final das eleições, quando o governador Ronaldo Caiado começou a ventilar a pré-candidatura presidencial dele. Você imaginava que agora ele estaria discutindo uma possível troca do União Brasil pra outras legendas?

Altair Tavares: É interessante observar, né? Lá nesse período, Caiado fez o quê? A busca de institucionalizar uma candidatura, né? De formatar uma candidatura e conseguir espaço pra essa candidatura. Então ele tinha uma perspectiva de um pré-lançamento, era uma perspectiva mais leve.

Agora o jogo tá pesado, né? Ou seja, estamos há um ano da eleição, praticamente, ou pouco mais, ou um pouco menos de um ano. E a gente percebe o quanto esta disputa está sendo dura pra Caiado, viu? Internamente, entre os próprios colegas, né? A gente vê um embate aí dele com o Ciro Nogueira, que insiste em não acenar, não reconhecer essa pré-candidatura.

Aí a formatação dessa união do União Brasil com o PP, penso eu, que criou aí mais dificuldade, né? Para Ronaldo Caiado, por causa dessa entrada do Centrão, literalmente. Notava muito na cara isso, né? Se o União Brasil estivesse sozinho, talvez o cenário fosse diferente. Agora, com o União Brasil, com o Centrão, mexendo também nessa aliança, mexendo no posicionamento político desse grupo, criou mais dificuldade para Ronaldo Caiado.

Possíveis caminhos para fora do União Brasil

Domingos Ketelbey: Governador Ronaldo Caiado, Altair, ele tem sido cortejado por alguns partidos. O Paulinho da Força, presidente da Solidariedade, esteve desde abril, já abriu as portas pra ele. Os bastidores dizem que ele também conversa com o deputado federal Marcos Pereira, que preside os republicanos. Você vê caminhos pra ele fora do União Brasil?

Altair Tavares: Na política, nós temos uma regra importante. As pedras se movimentam, né? E quem joga parado tem chance de ser, de certa forma, ou derrotado politicamente, ou ser massacrado, ou ser ultrapassado. Então, literalmente, é uma corrida. Então, você tem que se movimentar.

Quando o Caiado deixa, e até alimenta aí, né, uma probabilidade de uma conversa com outros partidos, ele dá os sinais dessa regra e segue essa regra. Ou seja, a regra de que ele tá se movimentando. Mas, não significa que ele vá consolidar essa situação agora. Por quê? O prazo mesmo pra isso é o prazo final da filiação partidária para a eleição.

Então, a gente, com certeza, vai perceber que nesse período agora, até lá pra final de março, né, começo de abril, teremos muitas especulações sobre essa movimentação. Porque, ao mesmo tempo que o Caiado faz esse movimento, ele, ao mesmo tempo, dá sinais para os seus aliados. No União Brasil, né, junto ao PP (Progressistas). Que, aliás, é um nome muito esquisito, né? É uma União Progressista que é conservadora.

Domingos Ketelbey: Que conservadora, mentira?

Altair Tavares: Mentira, tem muito a ver. Então, ele dá sinais, mas faz parte do jogo político, que ele se movimente nesse diálogo com os outros partidos. Mas, penso eu, ele não vai definir tão cedo.

Domingos Ketelbey: São progressistas conservadores. É algo assim. E tem espaço pra tudo mesmo, né? Porque, às vezes, eles votam pela pauta progressista, pela conveniência de votar.

Altair Tavares: É verdade. Nós temos partido socialista aqui em Goiás, que foi dirigido pelo Vanderlan. Então, assim, é uma coisa muito estranha. O nome de partido é a ideologia deles.

O Palácio das Esmeraldas: Daniel Vilela com potencial competitivo

Domingos Ketelbey: Você citou o Vanderlan, que já tentou o Palácio aí duas vezes. Então, vamos redirecionar a conversa pro Palácio das Esmeraldas. O governador Ronaldo Caiado, ele vai entregar em abril uma administração com potencial competitivo pro Daniel Vilela?

Altair Tavares: Sem dúvida nenhuma. O inverso disso é, e se Caiado tivesse reprovado lá com 30%, 32%, como o Marconi Perillo estava lá em 2018? A situação seria muito mais adversa na discussão sobre uma candidatura. Nós estaríamos, literalmente, numa crise nessa base de Caiado. E nessa base dele, não tem crise. Muito pelo contrário. Tem uma definição. O sucessor é o atual vice-governador, que será governador na última etapa, nos últimos seis meses do governo.

Domingos Ketelbey: E por causa...

Altair Tavares: Nove meses, né?

Domingos Ketelbey: Nove meses. São nove meses. É porque eu contei só a eleição.

Altair Tavares: Tem razão. Aí, é muito melhor um governo bem avaliado do que um governo mal avaliado. Então, não tem dúvida quanto a gente que é uma situação consolidada com uma perspectiva. Só pra concluir. A perspectiva de que uma eleição tem uma decisão clara. Ou ela é de continuidade, ou ela é de mudança. Um governo bem avaliado tem muito mais probabilidade de continuidade. E nós já vimos isso repetir diversas vezes no processo eleitoral.

Continuidade versus desgaste: 2018 vs 2026

Domingos Ketelbey: Você fala sobre continuidade. Em 2018, parecia que, por exemplo, você vinha ali de 16 anos de governos tucanos, dirigidos diretamente pelo ex-governador Marconi Perillo, ou abençoado por ele. Pode até ter rompido ali em um determinado momento, mas foram abençoados. Então, havia um sentimento muito de desgaste, de uma continuidade que não é questionável. Hoje, o movimento é contrário.

Altair Tavares: Parece que o eleitor, então, ele vê um certo desejo de continuidade que é refletido na base. A avaliação do governo de aprovação, ela leva a uma outra questão importante, que é o eleitor busca algo que é mais seguro, né? Ele busca uma segurança. Segurança, então, é esse governo está bom, eu quero continuar. Esse governo em segurança é, o governo está ruim, eu quero uma mudança.

Então, a medida agora, para Caiado e Daniel, é mais provável que 80%, né, de consolidação de dados aí sobre uma perspectiva de avaliação positiva, ter uma probabilidade de vitória. O inverso disso é em 2018. Marconi saiu daquele governo, deixou o governo por zero, como aprovação em torno de 32%, 37% na pesquisa SERPES, que é uma aprovação baixa. Deu no que deu.

A base se comporta: perspectiva de poder

Domingos Ketelbey: É interessante avaliar como a base se comporta, porque me recordo que, quando o Caiado se antecipou e anunciou um ano antes o Daniel como vice, vários atores da base discordaram, foram a público questionar a decisão do governador Ronaldo Caiado. Hoje, você não vê esse movimento.

Altair Tavares: Não, não tem. Porque aí é uma questão, outro sentimento importante, né, que é perspectiva de poder. Daniel tem uma perspectiva de poder, mas essa situação, ela vai se conformar melhor quando ele for o governador. Porque aí, ele estando com a caneta e podendo ser muito mais, digamos, as negociações políticas com ele podem ser mais concretas, aí ele pode ter a perspectiva de poder mais consolidada ainda.

De modo que hoje, os atores ali que o rodeiam, o Wilder muito silencioso ainda, a militância diz que vai, e ele mesmo não diz com todas as letras, e o Marconi criando corpo agora com uma pré-candidatura lançada umas duas semanas atrás.

O silêncio estratégico de Wilder Morais

Domingos Ketelbey: Você quer dizer que o Wilder é silencioso?

Altair Tavares: O Wilder, ele tem um sério problema de posicionamento, né, de comunicação. Você quer dizer nesse sentido? Silencioso. Você não vê ele dizer que, ah, eu vou parar a disputa. Você não vê ele dizer com essas palavras. Afirmativamente. Ele pode até falar para algum aliado ali nos bastidores que está muito animado, mas publicamente ele não publiciza isso. Aí, como se diz, ele deixa o barco correr para ver o que é que vai dar. Estratégia. É estratégia, né?

Então, assim, candidato não precisa dizer que é candidato, né? Só de o nome dele estar na pesquisa e ele não contesta, então já está dizendo que é.

O PT em 2026: deputados federais e marca de posição

Domingos Ketelbey: E nesse processo, como fica o PT? Você está citando para governador?

Altair Tavares: Para governador. É uma grande dúvida, porque penso eu, com os índices que teve nas pesquisas citadas agora, Adriana Costa tem uma candidatura à reeleição garantida. E ajudando no principal interesse do PT, que é fazer o segundo nome, hipoteticamente Rubens Ottoni, né? Ou talvez até um terceiro, que seria aí extraordinário para a bancada petista aqui do Estado de Goiás. Seria algo inédito, né? Totalmente fora da curva.

Então, numa hipótese de uma vitória de Lula, ele precisa mais de deputados federais do que de qualquer coisa para a sua gestão. Haja visto o que acontece agora nessa gestão com a oposição que ele tem enfrentado.

Então, o PT, nesta eleição, penso eu, deve lançar um nome que vá dar substância para essa candidatura. Mas penso eu que Adriana Costa, a prioridade deve ser deputada federal eleita. Seria mais ou menos repetir as estratégias de outras eleições. Lançar um nome para marcar posição. Não foi em 2022, Romir Amado.

Contexto do PT: em recuperação?

Domingos Ketelbey: Apesar de que cada eleição tem uma característica, né? Evidentemente, é um cenário.

Altair Tavares: O cenário era muito adverso para Romir Amado na eleição passada. E mais adverso ainda na eleição anterior, quando houve aí a prisão do Luiz Inácio Lula da Silva. O partido PT saiu daquela situação lá no fundo em recuperação da imagem de posição política junto à sociedade.

Então, pode ser que o PT, nesta eleição, tenha mais votos do que na eleição passada, independente de quem seja o candidato. Mas com outra perspectiva, de que Lula, que teve perto de 41% na última eleição aqui, apesar de ter perdido, possa alcançar mais votos.

E sempre nessa perspectiva de marcar posição. O PT não deve lançar um candidato que vá ameaçar essa polarização, Daniel Vilela, Wilder ou até mesmo Marconi. Não, não tem dúvida. Porque a eleição, quando a gente vai para o Estado de Goiás, a presença do partido não tem consistência para uma candidatura competitiva.

Possibilidades de surpresa no cenário

Domingos Ketelbey: Espaço para surpresa?

Altair Tavares: Olha, que surpresa a gente pode ter de agora até o final, até o início do prazo da filiação partidária, ou o fim do prazo da filiação partidária e a janela partidária. Como vão se movimentar as candidaturas? Como vão se movimentar as filiações?

Mas no quadro de hoje, a disputa mais tendente mesmo, é mais provável, é que haja aí uma situação de Daniel Vilela, Marconi e Wilder, e o Demoraes disputando, mesmo de forma mais competitiva, a candidatura governadora de Goiás. Um do turno dá para... Ele fica muito na dúvida, né? Daniel Wilder, Daniel Marconi, Marconi Wilder, ficaria nessa tríade.

O grande lance do segundo turno é como cada candidatura vai, no desenvolvimento do primeiro turno, conseguir prestígio junto à população e, ao mesmo tempo, angariar aliados políticos.

O encanto dos botecos na política

Domingos Ketelbey: Altair, o que você mais gosta nesses botecos, assim?

Altair Tavares: O que eu mais gosto é você sentar e não ter compromisso com nada. Nesse ponto de vista, sentar e ninguém te enche a paciência. Eu estava pensando outro dia, inclusive olhando... Passando ontem à noite, 10h30 da noite, no mar, na Avenida Ipanema, eu olhei para o lado, assim, saindo lá do programa do Gama, na Ponte TV, a Goiânia é muito bom, as pessoas sentam no boteco, assim, e olham a vida passar. Isso é muito bom.

E aqui elas tornam-se especialistas em comentário político, economia, direito e justiça, filosofam sobre a vida, o ateu vira religioso. No boteco, tudo é permitido. A gente é ministro do STF, né? Viramos ministros, especialistas. Então, o espaço mais democrático do país é o boteco.

Questões sobre o STF e representatividade feminina

Domingos Ketelbey: Lula deveria indicar uma mulher para o lugar do Barroso?

Altair Tavares: Olha... Ou o gênero não vai entrar em questão? Eu espero muito mais, olha... Primeiro critério é uma pessoa que seja competente, que seja vinculada a valores democráticos, e principalmente uma pessoa que tenha consistência para levar essa ideia de um judiciário independente. Ser homem, ser mulher, eu, para mim, não vejo nessa perspectiva, apesar de que é um valor importante, né? Adicionar mais mulheres nas cortes superiores.

Análise do prefeito Sandro Mabel: estilo e gestão em Goiânia

Domingos Ketelbey: Vamos dar só um pitaquinho sobre Goiânia, rapidamente. Você é um cara que cobre todos os dias, o Altair, todos os dias, está em 3, 4 agendas do prefeito Sandro Mabel, conhece o prefeito de Santo Mabel como ninguém. Todos os dias ele está lá no passo, está nos eventos, e até hoje a gente vê muita gente criticando o estilo de comunicação, seja com jornalistas ou na rede social. O prefeito é muito tiktoker, o prefeito tem um tom um pouco fora da curva, com jornalista ou com a população. Como é que o senhor vê esse estilo de comunicar do prefeito Sandro Mabel?

Altair Tavares: O prefeito Sandro Mabel, ele carrega ainda uma situação de a cidade ainda não entenderam muito bem o que o prefeito quer. Eu tenho dúvidas se o prefeito vai mudar o que ele já é. E não vai mudar. Então, já perguntei a ele várias vezes, olha, o seu estilo, tem gente que não está entendendo, tem gente que está questionando. E ele enfatiza, eu sou desse jeito, vão ter que se acostumar comigo.

Então, sendo duro ou não, sendo... O prefeito é meio contraditório, ele é muito duro às vezes, mas ele é bem-humorado em outras, ele é muito diferente, por assim dizer. Mas eu prefiro um prefeito assim, que gere uma dúvida, do que um prefeito inativo, um prefeito sem energia, um prefeito que não tenha confiança junto à população.

Então, espero que Mabel entenda muito bem o papel dele nessa gestão, de reorganizar a cidade, que tenha uma tarefa dura, pesada, e que ele, evidentemente, ao pôr o seu estilo, que é fazer o desenho, consolidar um desenho de profundas mudanças na cidade.

O auxiliar dele me disse o seguinte, o prefeito de São Mabel é desse jeito, ele não vai mudar, e goste, eu odeio, não vai mudar, e é isso, porque ele não está muito aí para a opinião pública. Ele está aí para entregar resultado. Ele está aí para fazer a coisa acontecer, e a coisa acontecendo, para ele, importa.

O eleitor, ele percebe que a coisa está acontecendo? Aí entra a dúvida, né? Quando o prefeito é duro com o carroceiro, aí isso gera uma situação antipática. Mas quando o prefeito é duro com as empresas de construção, que ficam botando carro, mas muito pesado na rua, aí fica simpático. Aí quando o prefeito é mais duro, em relação às empresas de telecomunicação, fica mais simpático.

Então, o prefeito fica num jogo de estica e encolhe, de simpatia e antipatia. Mas, eu volto a enfatizar um outro elemento do perfil dele. Ele é mão dura, né? Ele é mão pesada. E por aquilo que pareça, tem uma grande parte dos eleitores que preferem uma gestão assim, mais mão dura, do que mão mole.

Porque é uma pessoa que não tem muita convicção. Haja vista aí o perfil de Ronaldo Caiado, que é aprovado por muita gente aqui na nossa região. Ou seja, o líder tem que ser forte.

Encerramento

Domingos Ketelbey: Olha, Altair, obrigado, professor. Vem, Zé. Parabéns por essa etapa. Espero que dê tudo certo. E vamos em frente.

Altair Tavares: Obrigado a você, ouvinte, pela escuta e pela audiência. Se gostou deste episódio, siga o podcast no seu tocador preferido e compartilhe com os amigos nas redes sociais. Assim, você ajuda o projeto a crescer e a chegar a mais gente.

Sobre o Domingos Conversa

O Domingos Conversa é um podcast de entrevistas apresentado pelo jornalista Domingos Ketelbey, disponível nos principais tocadores de streaming (Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e YouTube). O programa traz conversas aprofundadas com lideranças políticas de Goiás e do Brasil, muitas vezes em ambientes informais como botecos, com foco nos bastidores do poder e nos desafios da política contemporânea.

Produção e Equipe Técnica:

  • Apresentação e roteiro: Domingos Ketelbey

  • Edição, mixagem e design gráfico: Lucas Coqueiro

  • Trilha sonora original: Stephen Allen

  • Suporte técnico: Fabrizzio Ferreira

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Domingos Ketelbey

É repórter, colunista e apresentador. Conecta os bastidores do poder, cultura e cotidiano na cobertura jornalística

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Na imagem, o jornalista Altair Tavares (Foto: Divulgação)