Luiz Paulo Cortez, chefe de cozinha em atuação

Luiz Paulo Cortez, chef de cozinha do Gercina Bar e sócio do bar explica como os botecos podem contar a história do Brasil (Foto: Divulgação)

Luiz Paulo Cortez, chefe de cozinha em atuação

Luiz Paulo Cortez, chef de cozinha do Gercina Bar e sócio do bar explica como os botecos podem contar a história do Brasil (Foto: Divulgação)

Luiz Paulo Cortez, chefe de cozinha em atuação

Luiz Paulo Cortez, chef de cozinha do Gercina Bar e sócio do bar explica como os botecos podem contar a história do Brasil (Foto: Divulgação)

Luiz Paulo Cortez, chefe de cozinha em atuação

Luiz Paulo Cortez, chef de cozinha do Gercina Bar e sócio do bar explica como os botecos podem contar a história do Brasil (Foto: Divulgação)

“O boteco é o lugar onde mais se entende o Brasil”, destaca chef de bar em Goiânia

Nos bares profundos, a geografia vira cardápio e os costumes se revelam em cada garfada

31 de agosto de 2025 às 16:18

·

Cultura

“O boteco é o lugar onde mais se entende o Brasil”, sentencia o chef Luiz Paulo Cortez, um dos administradores do Gercina Bar, em Goiânia. “Antes do boteco, antes da gastronomia, a culinária já era histórica. Ela tá no prato, ela é geográfica”, destaca ao blog Domingos Ketelbey.

Na leitura de Cortez, não há mapa melhor do que a mesa de alumínio para se decifrar um povo. “Você entende a região onde está a partir da alimentação. E é dentro do boteco que se aprecia a cozinha brasileira. É onde a gente tem a evidência do que é consumido naquela região, quais são os costumes daquele povo.”

O argumento é simples e direto, como um gole de cerveja gelada compartilhado durante esta entrevista. O boteco é vitrine de identidades. O figado acebolado com jiló tradicional nos mercadões de Minas, o empadão no interior goiano e os discos de carne nas estufas dos botecos da capital, a moqueca da Bahia.

O balcão se torna parlamento popular, onde se negociam diferenças e se compartilham afetos. “O boteco explica o Brasil, explica Goiás, explica todo lugar”, insiste Cortez. Talvez porque ali, entre uma rodada e outra, o país se revele sem maquiagem: com sua fome, sua criatividade e sua eterna mania de transformar crise em anedota.

No fundo, o boteco não explica só o Brasil mas também dá a dimensão do porquê insistimos em rir da própria desgraça, discutir política entre um gole e outro e inventar piadas melhores que as do Congresso. Talvez, se Brasília tivesse mais botecos e menos gabinetes, o país já estaria resolvido.

Domingos Ketelbey

É repórter, colunista e apresentador. Conecta os bastidores do poder, cultura e cotidiano na cobertura jornalística

Continue a leitura

Luiz Paulo Cortez, chefe de cozinha em atuação