Estrategista de Marconi vê alta rejeição do tucano como questão de "narrativa"

Cotado para comandar o marketing da possível candidatura de Marconi Perillo (PSDB), ao governo de Goiás em 2026, o estrategista Marcelo Vitorino afirma que a rejeição atribuída ao tucano é “uma mera questão de narrativa” e não encontra respaldo em fatos. “Marconi teve quatro mandatos de governador e nenhuma condenação”, afirma em entrevista exclusiva concedida ao blog Domingos Ketelbey.

Vitorino sustenta que a imagem do ex-governador foi alvo de uma campanha difamatória continuada ao longo dos últimos anos e que esse desgaste tende a se diluir com o tempo. Segundo ele, mesmo após a sequência de ataques que atribui ao governador Ronaldo Caiado, os levantamentos internos indicariam uma curva de queda na rejeição.

Para o estrategista, caso a candidatura se confirme, o principal desafio será enfrentar o peso da máquina pública, que deve se alinhar à postulação do atual vice-governador Daniel Vilela. Ele afirma que será necessário reconstruir a imagem de Marconi em meio a um ambiente político hostil, marcado por tentativas de apagar seu legado e de associá-lo a acusações que não resultaram em condenação judicial.

Vitorino evita antecipar estratégias, mas diz que os quatro mandatos de Marconi no Palácio das Esmeraldas podem ser tratados como ativo em uma eventual disputa. “É preciso considerar que o estilo dos governos Marconi foi pautado no desenvolvimento do Estado”, diz.

LEIA ABAIXO A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA COM O ESTRATEGISTA POLÍTICO, MARCELO VITORINO, AO BLOG DOMINGOS KETELBEY

Blog Domingos Ketelbey: O senhor já começou a trabalhar na pré-campanha do ex-governador Marconi Perillo ao Governo de Goiás?
Marcelo Vitorino: Ainda não há pré-campanha. Estamos em um momento anterior, em que muita coisa precisa ser definida. Em caso de haver uma candidatura, meu compromisso é de estar nela.

Blog Domingos Ketelbey: Já existe algum trabalho estratégico sendo feito?
Marcelo Vitorino: Por ora há um trabalho mais direcionado ao partido.

Blog Domingos Ketelbey: Quais os principais desafios que Marconi terá ao longo dessa possível pré-campanha?
Marcelo Vitorino: Acredito que o maior desafio será a batalha contra o uso da máquina pública. Marconi tem um legado que fala por si, mas houve uma campanha difamatória continuada contra ele no campo pessoal, enquanto no governo se viu a modificação de nomes de projetos e outras artimanhas. É esperado que o grupo que está no poder tente se perpetuar a todo custo.

Blog Domingos Ketelbey: O legado será um dos trunfos utilizados pela campanha de Marconi?
Marcelo Vitorino: Estamos muito longe ainda. Caso a candidatura se confirme, aí sim começa um trabalho de planejamento. Acredito que o legado é positivo. É preciso também considerar que o estilo dos governos Marconi foi pautado no desenvolvimento do Estado.

Blog Domingos Ketelbey: Há análises que apontam que Marconi começa com uma intenção de voto alta, mas também com um teto de rejeição elevado. Isso favoreceria o candidato da máquina, Daniel Vilela. O senhor concorda?
Marcelo Vitorino: Eu vejo uma rejeição em queda contínua, mesmo com a sequência de ataques feitos por Ronaldo Caiado. No ano passado, uma testemunha relatou ao Ministério Público Federal que foi pressionada a depor contra o Marconi. Estamos vivendo um estado de anormalidade. Nas eleições anteriores, mesmo com certo índice de rejeição, ele venceu. Por ser um nome conhecido e alvo de campanha difamatória por anos, é natural que exista essa narrativa sobre rejeição.

Blog Domingos Ketelbey: Então a rejeição atribuída é uma mera questão de narrativa?
Marcelo Vitorino: Sim. Não é uma narrativa real, baseada em fatos. Marconi teve quatro mandatos de governador e nenhuma condenação.