CEI da Limpa Gyn avança expõe racha na base de Mabel
Requerimento foi lido com 16 assinaturas de parlamentares governistas
12 de agosto de 2025 às 15:30
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Política
Nem a pressão do Paço Municipal nem as investidas do prefeito Sandro Mabel (União Brasil) foram suficientes para barrar a abertura da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que vai investigar o contrato com o Consórcio Limpa Gyn, responsável por parte da limpeza urbana de Goiânia. O requerimento foi lido no plenário nesta terça-feira (12), com 16 assinaturas, três a mais que o mínimo exigido, e expôs o desconforto dentro da própria base aliada.
Entre os signatários estão o líder do governo na Câmara, Igor Franco (MDB), e o vereador Pedro Azulão Jr. (MDB), que foi à tribuna justificar a adesão. “Eu sou da base de apoio do prefeito, eu quero contribuir com a Prefeitura. Eu ando na periferia, ando na feira do meu bairro, e sou cobrado, eu preciso dar uma satisfação [aos moradores]”, disse. O discurso deixa claro que, mesmo aliados, alguns parlamentares não estão dispostos a carregar sozinhos o desgaste com a população pela sujeira nas ruas.
Autor do pedido, o vereador Cabo Senna (PRD) não poupou críticas. “A cidade está suja. A abertura desta CEI, com certeza, trará um resultado muito positivo para a cidade”, afirmou. Já o primeiro-secretário da Casa, Anselmo Pereira (MDB), apontou outro problema: a sobreposição de atribuições entre a Limpa Gyn, a Comurg e a Amma, que, segundo ele, precisam ter funções bem definidas para evitar o serviço malfeito.
Com a leitura do requerimento, começa a contagem para que os partidos indiquem os sete integrantes da comissão. A CEI terá poder para convocar depoimentos, requisitar documentos e abrir as planilhas do contrato que, desde o início, é alvo de críticas. O movimento no plenário expõe o que Mabel mais queria evitar neste início de gestão: uma investigação formal conduzida por vereadores que, até pouco tempo, eram considerados soldados fiéis do governo.
Domingos Ketelbey
É repórter, colunista e apresentador. Conecta os bastidores do poder, cultura e cotidiano na cobertura jornalística
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