Procon flagra falta de preços em lojas de Goiânia às vésperas da Black Friday
Fiscais encontraram eletrodomésticos e móveis sem informação de valor; prática fere o Código de Defesa do Consumidor
7 de novembro de 2025 às 10:29
·
Cidades
O clima de liquidação que costuma anteceder a Black Friday chegou mais cedo às lojas de Goiânia, mas em alguns casos sem os preços que justificam a empolgação. O Procon Goiânia realizou nesta semana uma operação de fiscalização em estabelecimentos de móveis e eletrodomésticos da capital e encontrou dezenas de produtos expostos sem qualquer indicação de valor, o que configura infração ao Código de Defesa do Consumidor (CDC).
Entre os itens sem precificação estavam geladeiras, televisores, lavadoras e utensílios domésticos de marcas conhecidas como Electrolux, Samsung, Arno e Britânia. A lista inclui uma geladeira de 480 litros, quatro TVs Samsung Crystal HD de 60 polegadas, 12 ventiladores de mesa, sete climatizadores, nove panelas de pressão e seis máquinas de lavar com cesto inox. Todos estavam à venda, mas sem o básico: o preço.
Segundo os fiscais, a ausência de informação clara sobre o valor impede o consumidor de comparar ofertas e exercer seu direito de escolha, especialmente num período de alta expectativa de descontos. O artigo 31 do CDC é explícito: toda oferta deve assegurar informações “corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa” sobre características e preço do produto. Ao omitir o valor, o lojista não apenas comete uma infração administrativa, como compromete a confiança do consumidor, um ativo fundamental em tempos de desconfiança generalizada com falsas promoções.
As lojas autuadas responderão a processo administrativo e poderão ser multadas conforme a gravidade das irregularidades. A operação faz parte de uma série de fiscalizações que o Procon realiza ao longo de novembro em preparação para a Black Friday. O objetivo é garantir que o evento não se transforme num conto do vigário de vitrine, com etiquetas maquiadas ou descontos ilusórios.
O órgão orienta os consumidores a redobrarem a atenção: verificar se o preço está visível, comparar valores entre estabelecimentos e guardar prints, notas e anúncios como prova em caso de divergência. Entre o marketing e a realidade, a diferença pode custar caro, e o direito à informação é a principal ferramenta do comprador.

Domingos Ketelbey
É repórter, colunista e apresentador. Conecta os bastidores do poder, cultura e cotidiano na cobertura jornalística
Continue a leitura





