Após indicar que túnel da Praça Tamandaré poderia ser desativado, prefeito de Goiânia decide pela manutenção de decoração histórica
14 de outubro de 2025 às 10:14
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Cidades
O prefeito Sandro Mabel (UB) tentou reinventar o Natal de Goiânia mas acabou mexendo num verdadeiro vespeiro. Cogitou tirar o tradicional túnel de luz da Praça Tamandaré sob a justificativa de uma decoração “mais moderna e dinâmica”, espalhada por 14 praças. O plano até parecia inovador até encarar a força de uma tradição.
Em poucas horas, as redes sociais se transformaram em uma praça pública de protestos virtuais. A cidade, que há mais de três décadas associa o Natal ao brilho da Assis Chateaubriand, não quis abrir mão do símbolo.
Pressionado, o prefeito recuou. Questionado por este jornalista, respondeu de forma direta: “Vamos continuar com o túnel”. Nenhuma explicação, nenhum mea culpa, apenas a constatação de que certas decisões não cabem a decreto. O entorno do prefeito diz que o martelo nunca havia sido batido, então, não há recuo.
Seja como for, o túnel da Tamandaré, em Goiânia, é mais que uma instalação luminosa para o Natal: é memória afetiva, ponto de encontro, foto obrigatória de família e namoro, além do comércio informal que cresce durante o período.
No fim, o prefeito percebeu que mexer com o túnel da Tamandaré é como apagar a estrela da árvore antes da ceia. Algumas tradições, mesmo em tempos de decorações modernas e dinâmicas, resistem por pura teimosia da memória coletiva. Quando o goianiense se vê diante daquele corredor de luz, enxerga um pedaço da própria história.

Domingos Ketelbey
É repórter, colunista e apresentador. Conecta os bastidores do poder, cultura e cotidiano na cobertura jornalística
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