Instalação da CEI da LimpaGyn cobra sua primeira vítima no Paço
Comissão recém-oficializada já provocou racha na base e atingiu o núcleo do Paço Municipal
25 de agosto de 2025 às 23:32
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Política
A CEI da LimpaGyn ainda nem começou a funcionar e já derrubou a primeira cabeça no secretariado de Sandro Mabel. O Diário Oficial desta segunda-feira (25) trouxe a exoneração de Diogo Franco da Secretaria de Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Agricultura e Serviços. O detalhe é que Diogo é irmão de Igor Franco, líder do governo na Câmara e personagem central do rolo que envolve a comissão.
Não foi surpresa para ninguém. Na sexta-feira, Mabel havia deixado escapar em coletiva o desconforto com o aliado. Disse que Igor é “dedicado”, mas errou ao assinar a CEI sem ao menos comunicar o prefeito. Tradução: o líder já não tem a mesma confiança de antes, e o preço da deslealdade começou a ser cobrado dentro de casa.
A exoneração de Diogo foi lida nos bastidores como recado claro: se o irmão vacila no plenário, o custo recai também sobre a família. Mabel tentou até agora esvaziar a investigação dizendo que se trata de contrato herdado da gestão passada. Não adiantou. A comissão foi oficializada, partidos indicaram seus nomes e, pior para o prefeito, o caso virou símbolo do racha na sua base.
Há, claro, algumas perguntas no ar. Se para Mabel “podem ser feitas 10 CEIs” que ele não se importaria, por que a instalação custou tanto? Se o prefeito realmente não se incomoda, por que uma assinatura foi suficiente para provocar desgaste com o próprio líder? Até porque Igor Franco nunca escondeu ser favorável à comissão e sempre justificou que o atual prefeito não teria nada a temer. O próprio chefe do executivo indica que não teme qualquer fissura diante do colegiado.
Domingos Ketelbey
É repórter, colunista e apresentador. Conecta os bastidores do poder, cultura e cotidiano na cobertura jornalística
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