O tabuleiro político do campo progressista em Goiás ganhou um novo movimento neste início de dezembro. Alexandre França, ex-porta-voz estadual da Rede Sustentabilidade e um dos quadros históricos do partido desde os tempos do movimento pró-Marina Silva, anunciou sua filiação ao PT. A decisão, segundo ele, coroa um ano de aproximação com a ala ambiental petista e tem as “digitais” de Delúbio Soares, Fabrício Rosa e Marina Santana. O evento acontece na próxima quinta-feira (4), às 17h, no Empório Sacaria, em Goiânia.

França resgata uma trajetória que começou antes mesmo da formalização da Rede, passou pelas eleições presidenciais de 2014 e resultou em dois mandatos como presidente municipal do partido em Céres. Depois, migrou para o MDB local, também por dois mandatos, ocupou a Secretaria de Saúde do município e retornou à Rede, onde chegou ao posto mais alto da sigla em Goiás, como porta-voz estadual.

O ex-dirigente diz que a mudança de legenda não é fruto de rompante, mas de desgaste interno e afinidade política. “Assim que meu mandato terminou, tivemos turbulências com um pequeno grupo que gosta de fazer furdunço dentro da Rede. Gente que usa o partido apenas para captar fundo eleitoral em época de eleição.”, afirmou ao Blog do DK.

Segundo ele, o convite para migrar ao PT veio ainda em 2023, por intermédio de Fabrício Rosa e Marina Santana, com quem afirma manter amizade de “longa data”. A filiação, no entanto, só foi formalizada agora. “Eu não quis entrar no PT antes das eleições internas. Não queria que pensassem que eu estava buscando cargo. Tenho minha própria opinião e a força de vontade de contribuir”, disse.

O salto definitivo ocorreu durante o trabalho ao lado de Delúbio Soares, de quem se tornou assessor e coordenador da pré-campanha. França relata que o ex-tesoureiro do PT abriu portas em Brasília e ajudou a construir pontes da área ambiental goiana dentro do governo federal. “Delúbio organizou uma agenda excepcional para o pessoal de Goiás na COP. Ele tem uma abertura de portas grande”, afirmou.

Além da transição partidária, Alexandre França acumula outro cargo: a presidência do Instituto Nacional de Meio Ambiente, entidade que atua em parceria com o ICMBio, o Ministério do Meio Ambiente e parlamentares da bancada progressista. “Assim que terminou meu mandato na Rede, assumi o Instituto. Nosso escritório fica em Brasília. É um trabalho muito bacana”, disse.

Com a filiação consolidada, França passa a integrar oficialmente a ala ecológica do PT, que busca ampliar sua presença em Goiás em meio às discussões internas sobre 2026. O ex-porta-voz da Rede diz que chega sem pressa e sem pretensões imediatas, mas com um recado direto: “Tenho afinidade de ideias, tenho afinidade de pensamento. Onde eu estiver, vou contribuir”.