A presidente do PT em Goiás, deputada federal Adriana Accorsi, decidiu tirar o partido da defensiva e recolocar a sigla no jogo para 2026. Em nota divulgada neste domingo (30), ela afirmou que o vereador Edward Madureira reúne “capacidade de gestor, compromisso democrático e firmeza ética” para disputar o governo do Estado, caso o nome dele seja confirmado como pré-candidato. Não é uma indicação oficial, mas é o sinal mais explícito até agora de que o PT pode testar um quadro com apelo para além da esquerda tradicional.

Nos bastidores, o movimento é visto como uma tentativa de aproveitar a janela de rarefação do antipetismo, fenômeno que moldou as últimas eleições goianas e hoje aparece mais diluído. Não está descartado, no entanto, um apoio ao ex-governador José Eliton, que descolou de vez do antigo aliado: o também ex-governador Marconi Perillo. Pelo PSB, ele pode encampar uma candidatura com apoio petista. 

O calendário interno, segundo a deputada, também está mais organizado que em ciclos anteriores. Ela reafirma o compromisso de fechar as definições ainda neste ano e sugere que o martelo deve bater nas próximas semanas. A avaliação é de que Edward, ex-reitor da UFG, é um nome que entusiasma a militância e conversa bem com o campo progressista, especialmente num cenário em que o PT pretende oferecer ao eleitorado um projeto com olhar humano e alinhado ao presidente Lula.

Accorsi ancora a estratégia estadual no desempenho nacional. A deputada afirma que a prioridade número um é reeleger Lula no primeiro turno e cita pesquisas internas que, segundo ela, mostram crescimento consistente do presidente, inclusive em Goiás.

Num estado onde o petismo colecionou derrotas históricas, o partido aposta que uma onda lulista mais forte pode impulsionar uma chapa competitiva ao governo e ajudar a fazer no mínimo três deputados federais.

No texto, a presidente estadual também retoma o discurso de confronto com a extrema-direita ao dizer que o PT tem travado uma luta contra aqueles que só pensam nos próprios interesses e tentam sabotar o governo federal. É a síntese da narrativa que o partido pretende levar às ruas: fortalecer Lula, ampliar a base no Congresso e apresentar um nome ao governo.

O jogo ainda está aberto, mas o recado é claro: o PT quer chegar ao fim de 2025 com candidatura encaminhada, clima de unidade interna e um nome que, ao menos no discurso, recoloque a legenda na disputa majoritária. Hoje, esse nome é Edward Madureira, ainda sem anúncio formal, mas com o endosso público de quem comanda o partido no Estado.