Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, durante Encontro com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático - ASEAN. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, durante Encontro com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático - ASEAN. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, durante Encontro com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático - ASEAN. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, durante Encontro com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático - ASEAN. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, durante Encontro com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático - ASEAN. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, durante Encontro com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático - ASEAN. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, durante Encontro com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático - ASEAN. Foto: Ricardo Stuckert/PR

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EUA aliviam tarifa sobre café e carne brasileiros, mas incerteza domina o setor

Trump reduz tarifa sobre produtos brasileiros após três meses de pressão do mercado americano

14 de novembro de 2025 às 20:50

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Economia

A Casa Branca anunciou nesta sexta-feira (14) uma redução nas tarifas de importação de produtos como café, carne, açaí e frutas tropicais. O gesto, porém, veio envolto em mistério. Não está claro de quanto foi o corte, nem exatamente quais taxas foram atingidas. O recuo ocorre após três meses de pressão do mercado norte-americano e do próprio governo Donald Trump diante da disparada nos preços de alimentos básicos.

Desde agosto, produtos brasileiros estavam submetidos a uma sobretaxa de 50%, resultado de duas ordens executivas: a primeira, em abril, aplicou 10% de tarifa; a segunda, em agosto, elevou o adicional em mais 40%.

O Brasil se tornou o país mais atingido pelo tarifaço

O impacto foi imediato. Maior fornecedor de café para os Estados Unidos e um dos principais de carne bovina, o Brasil viu seus embarques desacelerarem, enquanto o consumidor americano passou a pagar mais caro por produtos essenciais. O aumento de preços virou munição para adversários de Trump e dor de cabeça para o governo republicano, que tenta domar a inflação alimentar às vésperas do ano eleitoral.

Diante da nova ordem executiva, nem o setor produtivo nem o governo brasileiro sabem, por enquanto, qual tarifa caiu. “É necessária análise para entender se esse novo ato se aplica apenas à tarifa base de 10%, à de 40% ou a ambas”, afirmou a Cecafé, entidade que representa os exportadores.

A Abic, que reúne a indústria de café, arriscou uma leitura. Para eles, a cobrança de 10% foi derrubada, mas o adicional de 40% segue valendo. “O café verde, torrado, moído, descafeinado e suas variações deixam de estar sujeitos à tarifa recíproca de 10%. Por outro lado, a Ordem Executiva não altera a tarifa adicional de 40%”, disse a entidade.

No governo brasileiro, três pastas (Desenvolvimento, Itamaraty e Agricultura) analisavam até o fim da noite o documento assinado por Trump.

A mudança não veio do nada. Nas últimas semanas, Brasília e Washington intensificaram conversas para flexibilizar as medidas. O encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva e Trump, em outubro, na Malásia, abriu caminho para o desengavetamento das negociações. Sem entrar em detalhes, o republicano já havia sinalizado o recuo em entrevista à Fox News, na última terça-feira. Em paralelo, o secretário de Estado, Marco Rubio, conversou com o chanceler Mauro Vieira na quinta-feira.

No texto publicado hoje, Trump evita citar países, mas deixa claro que o recuo é resultado de informações recebidas por autoridades que monitoram o impacto do tarifaço, incluindo pressões internas. Ele menciona fatores como a demanda doméstica, a capacidade de produção americana e o andamento das negociações com parceiros comerciais.

A decisão vale para mercadorias retiradas de armazéns desde quinta-feira. A Casa Branca também atualizou a lista de produtos com algum grau de isenção, onde agora figuram carne e café.

Ainda é cedo para saber se o aceno é suficiente para destravar o comércio entre os dois países. Por ora, a medida parece menos um acordo consolidado e mais uma tentativa de Trump de aliviar tensões políticas e econômicas sem admitir uma derrota explícita. Enquanto isso, o agronegócio brasileiro segue esperando pelas letras miúdas.

Atualização às 21h13:

O governo brasileiro esclareceu oficialmente que a redução se limita à tarifa adicional de 10% imposta em abril. Assim, a alíquota final sobre os produtos elegíveis passa a ser 40%, mantendo-se a sobretaxa adicional de 40% que havia entrado em vigor em agosto.

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Domingos Ketelbey

É repórter, colunista e apresentador. Conecta os bastidores do poder, cultura e cotidiano na cobertura jornalística

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