Dia Mundial do Jornalismo: vigilância, democracia e os rumos de 2026

Hoje, 28 de setembro, celebra-se o Dia Mundial do Jornalismo. Mais do que um marco no calendário, esta data convida à reflexão sobre a centralidade da imprensa livre na construção e manutenção de democracias sólidas, especialmente em um país onde a polarização política e a avalanche de desinformação testam diariamente nossa missão.

A missão do jornalismo profissional transcende o relato de fatos. Estamos exaustivamente em busca da verdade, somos tradutores das complexas engrenagens do poder e interlocutores permanentes entre governo e sociedade. Em um cenário digital marcado por narrativas fragmentadas, nossa responsabilidade é conferir rigor à apuração, checar fontes e entregar ao cidadão informação clara e contextualizada.

Em Goiás, onde acompanho de perto as movimentações políticas desde o Palácio das Esmeraldas até a Câmara Municipal de Goiânia, percebo a importância vital de manter viva essa missão localmente. A cobertura de cada tramitação legislativa, cada anúncio de obra ou cada denúncia de irregularidade reflete diretamente na qualidade de vida do goiano e na formação de uma opinião pública consciente.

Desafios contemporâneos se avolumam. A sustentabilidade financeira dos veículos de comunicação, pressionados pela queda de assinaturas impressas e pela corrida por cliques, exige inovação constante. As redes sociais impõem ritmo veloz, compatível não com a reflexão, mas com o imediatismo. E, acima de tudo, a desinformação, arma poderosa de atores políticos e econômicos, ameaça corroer a confiança no jornalismo sério.

O impacto do jornalismo na eleição de 2026 será decisivo. Em todo o Brasil, cidadãos buscam repertório fático que os auxilie a comparar propostas e identificar compromissos reais. Aqui em Goiás, a disputa estadual promete repetir o embate de forças tradicionais, mas pode também revelar novas lideranças, fruto de um eleitorado mais exigente e informado. O papel do jornalismo será, então, não apenas relatar cenários e sondagens, mas dar ao eleitor um panorama granular dos candidatos, suas propostas e visões de mundo para a cidade e o estado.

Para além das eleições, a importância de um jornalismo sério ganha contornos ainda mais urgentes quando avaliamos a necessidade de monitorar políticas públicas que afetam o setor de saúde, educação, segurança e infraestrutura. Seja ao revelar atrasos em repasses para o SUS, seja ao acompanhar a execução de investimentos em estradas do interior, a imprensa responsável fortalece a cidadania e pressiona gestores a prestar contas à sociedade.

Ao comemorarmos o Dia Mundial do Jornalismo, nós jornalistas renovamos nosso compromisso com os valores que guiam nossa profissão: independência, ética, empatia pelo leitor e respeito irrestrito aos fatos. Em um tempo de incertezas e contestações, nosso farol permanece aceso: informar sempre, sem meias-verdades, sem atalhos.

Que em 2026 possamos olhar para trás e reconhecer que o jornalismo sério não apenas relatou a história, mas a ajudou a ser escrita com transparência e justiça.