O pacto de Caiado, Zema e Tarcísio
Sem liderança definida, governadores tentam mostrar unidade enquanto Bolsonaro segue fora do jogo
25 de agosto de 2025 às 19:17
·
Política
A arena da Festa do Peão de Barretos virou palco político no fim de semana. Ali, entre chapéus de cowboy e discursos inflamados, Ronaldo Caiado (União Brasil) defendeu que a direita dispute 2026 com vários nomes, mas se una no segundo turno para derrotar o PT. “Temos um pacto”, resumiu o governador de Goiás, cercado de Romeu Zema (Novo) e Tarcísio de Freitas (Republicanos), também cotados para a corrida presidencial.
A ideia está posta: cada um dos governadores poderá testar seu fôlego nas urnas, mas o compromisso é marchar juntos na reta final. “Aquele que chegar lá vai saber botar ordem no Brasil. Todos saem candidatos agora, mas, no segundo turno, estará todo mundo unido para devolver o Brasil aos brasileiros de bem”, disse Caiado, com tom de líder do grupo.
Tarcísio reforçou a mensagem e não economizou afagos ao colega goiano. Chamou-o de “grande gestor” e exaltou sua capacidade de tirar Goiás da crise. Zema, mais contido, preferiu manter o figurino discreto, mas topou posar na fotografia de unidade.
A cena em Barretos expôs a equação ainda sem solução da direita: três governadores bem avaliados, mas nenhum com domínio sobre o espólio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Enquanto o ex-presidente, inelegível e em prisão domiciliar, tenta fôlego para voltar ao jogo, seus herdeiros dividem palanques e fazem juras de fidelidade. A promessa é de união no segundo turno, mas, até lá, de acordo com Caiado, cada um puxa as rédeas do seu próprio projeto.
Domingos Ketelbey
É repórter, colunista e apresentador. Conecta os bastidores do poder, cultura e cotidiano na cobertura jornalística
Continue a leitura
