Ciro Gomes volta aos holofotes em Goiânia

O ex-governador do Ceara, ex-senador da República e ex-ministro Ciro Gomes não larga mesmo a política brasileira. Fora das urnas desde 2022, o pedetista reaparece nesta sexta-feira (3) em Goiânia, como estrela da abertura do 30º Congresso Nacional de Administração (Conad). No palco do Sesc Cidadania, vai falar sobre conjuntura política e econômica, dois temas que sempre renderam longos discursos, frases de efeito e algumas polêmicas ao ex-ministro.

O Conad, promovido pela Agência Goiana de Administração (AGAD), costuma reunir gestores, acadêmicos e estudantes em torno de painéis técnicos. Mas com Ciro a promessa é de mais do que um seminário sobre produtividade e eficiência pública. 

A plateia deve ouvir uma análise sem filtros sobre o governo Lula, as reformas em discussão e o que o pedetista chama de desafios estruturais do país. Deve sobrar avaliação até para o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), mas a julgar pelo histórico, não faltarão críticas à política econômica de Brasília e à passividade da elite brasileira diante das desigualdades.

A presença de Ciro em Goiânia tem também um significado político. Desde a derrota em 2022, quando terminou em quarto lugar, o ex-governador do Ceará tenta manter espaço no debate nacional. Vale lembrar que ele tem sido cortejado por partidos como União Brasil e o PSDB que desejam vê-lo nas urnas nas eleições do ano que vem.

Sua voz ainda ecoa nos auditórios, mesmo que sua influência eleitoral tenha encolhido. O Conad, que comemora três décadas como maior evento de administração das Américas, oferece a ele a vitrine que faltava: um público atento, formado por jovens e profissionais que começam a pensar a gestão do país.

Enquanto outros convidados, como o campeão olímpico Dante Amaral e o especialista internacional Peter Newman, falarão sobre liderança esportiva e a arte de encantar clientes, Ciro deve subir ao palco com a velha disposição de provocar, cutucar e, quem sabe, inspirar. Em tempos de polarização e pragmatismo eleitoral, sua presença lembra que a política brasileira ainda reserva espaço para quem prefere falar grosso em vez de medir palavras.